Mtg Lore

Compêndio da Lore de Magic the Gathering

RURIC THAR

Texto original
por Jennifer Clarke Wilkes

“Por que os guardas sempre parecem surpresos quando esmagamos eles?” perguntou Ruric.

“Eu acho que eles esperam propina,” respondeu Thar.

Ruric desviou uma salva de flechas flamejantes com seu enorme punho. “Você disse que isso seria fácil.”

“Não, foi você quem disse isso. Você sempre diz que vai ser fácil.” Thar grunhiu com o esforço enquanto ele levantava uma carruagem.

“Bom, esses caras não devem ter ouvido, porque eles estão lutando pra valer.”

“É mesmo? Eu nem notei. Então você tem um plano?”

“Por que eu? Você sempre foi o preferido da mamãe! Ela ficava te contando histórias, cantando e tal. Os Antigos não tinham uma resposta pra tudo?”

“Deixe a mamãe fora disso. De qualquer maneira, o Papai não te ensinou nenhum truque de batalha? Ou o Clã Scab não é tão durão assim como dizem?”

 

Ruric Thar, o Imbatível | por Tyler Jacobson

 

Uma grande quantidade de dardos rebateu no peito enorme do ogro, um deles passando muito perto da cabeça da direita.

“Opa! Essa foi perto. Vamos esmagar tudo até sairmos daqui,” gritou Ruric.

“Ah, claro, essa é sua resposta para tudo. Nós precisamos de uma estratégia.”

“Oh, que palavra grande. Foi a mamãe que te ensinou?”

Uma onda de infantaria blindada bateu contra a forma enorme de Ruric Thar com um estrondo. Por alguns momentos, o ar foi preenchido por sons de pancadas, gritos e respiração pesada. E após um momento estranhamente silencioso, uma única voz fez-se ouvir:

“Tem muitos desses Boros no caminho para a gente passar.”

“Nós podemos dar um jeito neles. Ou vai ficar com medinho?”

“Alguém disse medinho?”

“Você disse isso?”

“Porque eu diria isso?”

“Eu disse. Estou aqui.”

Ruric e Thar olharam para um lado cada. E depois um das cabeças se virou para procurar atrás enquanto a outra olhou para baixo.

“Ei! Tem um pequeninho atrás de nós! O que você está fazendo ai, baixinho?” perguntou Thar.

“Se escondendo da gente, é? Nós vamos te transformar em geleia!” berrou Ruric.

“Vocês têm geleia também? Talvez a gente possa fazer um acordo,” gritou o goblin esfarrapado. Alguns pedaços de metal amassado e queimado estavam presos a seu corpo maltratado.

“Ha!” Ruric gargalhou, esmagando outro ataque de infantaria com um enorme machado de mão. “Um ratinho como você? O que você consegue fazer que a gente não possa fazer melhor?”

“Eu posso ser pequeno, mas eu tenho grandes ideias. Grandíssimas!” O goblin inflou seu peito magrelo e cuspiu uma bola de sangueDe qualquer maneira, não parece que vocês estejam vencendo.

Thar sorriu. “E você está? Que tipos de planos de batalha ratos de esgoto conseguem criar? Superar o inimigo com seu fedor?”

“Engraçado”, disse o goblin. “Enfim, eu sei das coisas. Mais do que você, eu aposto.”

“É mesmo?”, bufou Ruric. “Então porque você está aqui ao invés de estar vencendo em tudo?”

“Cale a boca”, disse Thar, socando um par de cães de guerra e ouvindo ganidos ecoarem pelo salão. “Talvez essa criaturinha possa ajudar.”

“Sim, isso mesmo! Vocês tinham que ter mais respeito. Além do mais fomos nós, os Izzet, que descobrimos o Labirinto.” O goblin cruzou os braços, parecendo tão formidável, quanto um goblin verde, magro, de 1,20 m conseguiria parecer.

“Então você é o corredor do labirinto deles?”

O goblin se encolheu um pouco. “Eles escolheram outra pessoa.” Ele levantou o olhar desafiadoramente. “Mas eu consigo encontrar o caminho melhor do que qualquer um. Eu só estou um pouco preso por aqui.

“E você precisa que a gente te ajude a sair. E o que ganhamos com isso?” Ruric perguntou enquanto derrubava um ataque de aerojeks, marcando a muralha próxima com asteriscos sangrentos.

“Squelch é meu nome. Eu estava testando isso – minha última invenção,” o goblin apontou um dedo para um das maiores chapas de metal que batia contra as pedras no chão balançando gentilmente. “E estava funcionando perfeitamente! Eu só tive um problema na aterrissagem.”

 

Arte de Svetlin Velinov

 

“Mas, como que isso vai nos ajudar?” Thar curvou os lábios. A expressão era difícil de discernir em sua face disforme e cheia de cicatrizes.

“Opa, irmão! O que é aquilo que eles estão arrastando agora?” Ruric sacudiu sua enorme cabeça na direção das linhas dos Boros.

“Droga! É uma balista!”

“Uma bali-o que?”

“Uma máquina de guerra. Atira grandes lanças,” – disse Thar. “Grandes como árvores.”

“Eu não tenho medo de árvores.”

“Bem, essas árvores mordem. Nós temos que parar aquilo, antes que ela pare a gente.”

“Eu tenho justamente o que precisam, grandalhões”, gabou-se o goblin. “Eu ajudo vocês e depois vocês me ajudam. O que dizem? Temos um acordo?”

Ruric e Thar gargalharam juntos, em alto e bom som. “Claro, nós seremos eternamente gratos quando-” Thar começou “-Você salvar nossa pele” – terminou Ruric.

“Vocês tem que me fazer um favor em troca. Qualquer coisa que eu peça. E uma galinha. Não, duas. Ok?”

“Claro, claro, vá em frente e use sua poderosa mágica goblin.”

O pequeno Izzet cuspiu em sua palma e esfregou suas mãos esqueléticas. “Apenas observem.”

Squelch correu pelo meio das grandes pernas do ogro e sob os escudos dos batalhões de soldados que se aproximavam para combater Ruric Thar. Escalando uma parede que havia desmoronado, Squelch se jogou nas costas de uma besta de guerra blindada. Então, o goblin puxou um pedaço pontudo de metal de um bolso escondido e enfiou no topo da cabeça da besta antes de pular longe.

 

Arte de Kev Walker

 

Faíscas voaram. A besta de guerra tropeçou, urrando e depois mirando contra seus companheiros. Mais lamúrias foram ouvidas, juntos dos sons de madeira quebrando e de metal raspando em metal. Soldados humanos fugiam enquanto os behemoths saiam de suas linhas, atropelavam tudo pelo caminho e desapareciam pelos becos.

A gigantesca máquina de guerra começou a virar com uma leveza estranha, gentilmente virando para seu lado. Várias rodas viraram vagarosamente, rangendo. Vários segundos se passaram. Então toda a estrutura explodiu em uma enorme bola de fogo.

 

Arte de Ryan Barger

 

“Como isso aconteceu?” exclamou Thar, apertando os olhos.

“Quem liga?”, berrou Ruric. “Vamos!”

O enorme ogro foi em direção ao portão de guilda do salão, atropelando os escombros flamejantes e os corpos em armaduras jogados pelo chão.

 

Arte de Karl Kopinski

 

“Para onde a criaturinha foi?” Ruric virou sua cabeça até que suas presas batessem nas costas da cabeça de Thar.

“Aqui!” veio uma voz de trás. O goblin escalou os ombros do ogro, entre as duas cabeças e segurou uma das presas de Ruric para se equilibrar. “Te falei que eu conseguia dar um jeito.”

“Ei! Solta!” rugiu Ruric, sacudindo-se violentamente.

O goblin guinchou, mas se segurou firme. “Nós tínhamos um acordo. Vocês prometeram.”

“Sim, nós prometemos,” disse Thar. “E você fez sua parte. Agora nós podemos sair por esse portão. Você também, se quiser.”

“Claro! Mas isso não conta como meu favor. Vocês conseguiram isso de graça. Vocês ainda me devem.”

“Sim, sim,” as duas cabeças falaram juntas.

“Onde nós vamos encontrar uma galinha por aqui?” Ruric resmungou.

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“Com esses quantos já temos?”

“Xô ver.” Ruric estava contando em seus dedos carnudos. “Três mais, hmm, dois?… e mais um.” Ele ergueu sua mão-machado.

“Então são oito?”

“Mais ou menos isso.”

“Seis”, uma voz esganiçada respondeu.

“A gente tem que acertar o correto.”

“O que a gente faz então?”

“A mesma coisa que a gente sempre faz.”

“Esmagaaaar! Então pegar as coisinhas boas.” Ruric fez um movimento de bater.

“Isso é muito divertido, caras!” Squelch comemorou de sua nova cesta de transporte, que estava amarrada sobre as costas do ogro. “Nós vamos ganhar de todos os outros corredores.”

“Até quando nós vamos carregar essa coisa com a gente?” reclamou Ruric.

“Até a gente ganhar, claro,” respondeu Thar.

“Então pessoal, eu estava pensando… vocês poderiam fazer algumas melhorias nesse machado. Eu tive algumas ideias. Movimento de corte automático. Talvez algumas pontas diferentes…”

“Não preste atenção nele. Talvez ele se canse e vá embora sozinho.” Ruric Thar seguiu seu caminho.

“Nós formamos uma bela equipe, não é verdade pessoal? Não é? Hein? Pessoal?”

 

Traduzido por: mtgvortex

Revisado por: Blackanof

 

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