Mtg Lore

Compêndio da Lore de Magic the Gathering

GUIA DO PLANINAUTA PARA NOVA PHYREXIA: A ORTODOXIA DAS MÁQUINAS

Texto original
Magic Creative Team

A facção de Phyrexia alinhada com o mana branco é organizada em torno de uma grande hierarquia de crenças conhecida como Ortodoxia das Máquinas. A Grande Cenobita Elesh Norn, a Pretora de mais alto escalão da Ortodoxia, comanda e guia esta facção de Phyrexia, prometendo-lhes um futuro glorioso sob os princípios dos Entalhes do Argento. Tudo o que os phyrexianos praticam sob a Ortodoxia das Máquinas é projetado para transformar Mirrodin em uma nova pátria phyrexiana perfeita, uma espécie de phyresis de proporções planares. Eles enxergam os mirranianos nativos como infelizes perdidos ou pecadores deliberados, merecendo recuperação e transformação em ambos os casos.
Elesh Norn, Cenobita-Mor | Arte de Igor Kieryluk
Incompreensão do Espírito. Phyrexia é uma civilização baseada em qualidades físicas: carne e metal. Embora os phyrexianos tenham algo como uma espiritualidade, a maioria deles não parece entender a mente, a alma ou o espírito da maneira que outros seres sencientes. As mentes dos phyrexianos sencientes são certamente capazes de pensamento abstrato, mas parecem estar amplamente desconectadas do transcendental. No entanto, apesar de sua natureza orientada para o físico, os phyrexianos têm sistemas religiosos bem organizados e fervorosos. A estranha contradição que resulta é uma paródia bizarra e manifesta de religião – uma religião fabricada, uma fé do físico: a Ortodoxia das Máquinas.
Estilhaços Medulares | Arte de Raymond Swanland

SEITAS DA ORTODOXIA DAS MÁQUINAS

Existem várias seitas dentro da Ortodoxia das Máquinas de Phyrexia, cada uma competindo para realizar sua visão de mundo. Três das maiores seitas serão descritas aqui.

A Singularidade da Carne: A Seita da Unidade Total

Uma seita da Ortodoxia está fundada no ideal da rejeição do ego e na unificação total de todas as coisas. Sua concepção distorcida e quase ingênua da comunidade perfeita é a eliminação de todas as barreiras entre os indivíduos. A tendência phyrexiana para o literalismo leva isso a um extremo assustador: os phyrexianos desta seita buscam literalmente conectar todos os seres uns aos outros e se tornar um único e vasto organismo orgânico e metálico, cujo estado final eles chamam, entre outros nomes, de Singularidade da Carne. (O termo “carne” aqui significa matéria orgânica e inorgânica; como a maioria dos phyrexianos, eles não distinguem entre coisas vivas e mortas como materiais potenciais para sua forma de vida.) Quando toda a vida estiver conectada a todas as outras vidas – por pele suturada, metal rebitado, pele tecida, seja o que for – somente então a unidade verdadeira e perfeita será alcançada.
Irrealidade do Indivíduo. Izathel, o alto chanceler de uma enorme chancelaria phyrexiana dentro do núcleo planar, vê toda a vida como um único organismo hierárquico, em que cada parte serve a um papel crucial para o todo. O único valor de qualquer parte é com todo o organismo; portanto, a individualidade é mais do que inútil – é uma ameaça à unidade da Singularidade. Os indivíduos – especialmente aqueles que defendem agressivamente sua separação do coletivo – devem ser caçados e integrados à força. Muitos phyrexianos desta seita têm um estranho ponto cego para o comportamento individual, quase como se eles não reconhecessem a eficácia ou mesmo a existência de organismos distintos, não phyrexianos. Guiados por essa observação, alguns rebeldes mirranianos tiveram sucesso em confundir e enganar alguns phyrexianos agindo de maneira radicalmente independente, mantendo seu comportamento o mais único possível. Essas táticas erráticas agora são desencorajadas pelos líderes mirranianos, pois agora são reconhecidas como pecaminosas e altamente aberrantes pelos phyrexianos da Seita da Singularidade e podem atrair atenção mortal.

“O último Não-Todo será descoberto, embora nossos olhos estremeçam com sua hediondez. Seus corpos serão absorvidos e suas imperfeições serão expurgadas. A Ortodoxia deve engolir o Não-Todo e seu isolamento deficiente será obliterado no Unidade. Só então as últimas feridas no Círculo serão curadas. Só então este mundo se completará.”
—Izathel, Alto Chanceler

Dermatofobia. Phyrexianos da seita da Singularidade da Carne parecem ter um ódio especial ou medo da pele. Para eles, a pele (ou o que quer que uma criatura tenha como cobertura externa) é o limite final, a parede que separa o eu do mundo exterior e os indivíduos uns dos outros. Muitas mortes nas mãos de phyrexianos da Ortodoxia das Máquinas envolvem esfolamento brutal, quase ritualizado. É raro esses phyrexianos deixarem a pele da vítima inteira ao completá-la; eles geralmente substituem quase todo o couro anterior de uma criatura por uma armadura brilhante de porcelana ou algum outro material que seja menos emblemático da individualidade discreta.

A Legião de Porcelana: A Seita da Forma Ideal

A carne de muitos phyrexianos nativos, particularmente aqueles da seita da Legião de Porcelana, é muitas vezes coberta com um metal duro, branco, semelhante a osso, com aparência de porcelana. Embora essa substância seja inflexível e dura como ferro, a impressão visual de uma força desses phyrexianos é a aparência de um exército feito de delicada porcelana. Sob a porcelana protetora, encontram-se ossos, estrutura endosquelética de metal, tendões e, às vezes, aparatos sensoriais, como olhos ou órgãos auditivos.

Este metal de porcelana se desenvolve organicamente somente em phyrexianos nascidos no núcleo do Plano. Para phyrexianos completados (ex-mirranianos), a substância de porcelana deve ser cultivada em tonéis especiais e implantada no corpo da vítima. O metal de porcelana tende a prosperar melhor quando embutido em carne moribunda ou recém-morta, espalhando-se sobre o tecido fértil como líquen metálico. Tecidos extras coletados das vítimas de guerra de Phyrexia costumam ser usados para ajudar a cultivar mais do metal branco e resistente nos tonéis de porcelana.

Idealização Destrutiva. Apesar do crescente poder da seita da Singularidade da Carne, a maioria dos phyrexianos da Ortodoxia das Máquinas ainda são indivíduos de fato, capazes de se mover e agir de forma independente. No entanto, os projetos de outras seitas, como a Legião de Porcelana, ainda deixam sua marca neles. O ideal da Legião de Porcelana é a idealização da forma física – e o conceito phyrexiano de “idealização” é implacável. Para esses phyrexianos, a forma ideal de um ser é aquela que serve perfeitamente à hierarquia phyrexiana. Se a comunidade é um organismo, cada parte deve ser projetada e trabalhada para cumprir seu papel na sobrevivência desse organismo. Grande parte do poder e material bruto de construção de Phyrexia, no entanto, vem das raças e criaturas que ela subjuga. Antes que um recém-chegado possa atingir sua forma ideal, portanto, ele deve primeiro ser liberado de sua forma antiga.

Leonino Perdido | Arte de Min Yum
O Processo de Transformação. Pegue um soldado leonino capturado, por exemplo. Como uma boneca de porcelana, o leonino será esmagado em suas partes componentes, seus órgãos amplamente abertos e seus tendões metálicos reorganizados. Ele será modificado para seu novo propósito – seus músculos se contraídos, sua digestão redirecionada, sua mente purificada e readaptada para seus novos objetivos. Algumas partes podem ser consideradas inúteis para o propósito do novo phyrexiano; a maioria será reutilizada em outro lugar. Algumas adições podem ser feitas para melhorar sua função, às vezes tiradas de outros “recém-chegados” – braços extras, mais dentes e, claro, enxertos de placas de armadura de “porcelana” feitas de metal duro, branco e semelhante a osso. Então, como ato final da transformação do novo ser, o óleo phyrexiano é introduzido em seu corpo. O óleo se espalha magicamente por todo o organismo, fazendo mudanças em um nível invisível, completando a conversão para Phyrexia e sua jornada para sua forma ideal.

“Não me importa os horrores que você já viu. Não me importa a distância que você viajou. Sempre há pior à frente. Essa é a regra, aparentemente. O pior de hoje é o melhor de amanhã.”
—Faln, resistência mirraniana

Os Apóstolos de Karn: A Seita do Destino do Criador

Outra seita da Ortodoxia das Máquinas são os Apóstolos de Karn, aqueles que estão preocupados em restaurar um líder centralizado para Phyrexia. Embora a civilização phyrexiana que cresceu em Mirrodin não seja a mesma liderada por Yawgmoth, a falta de um líder focal é sentida em um nível instintivo. Esta seita acredita que Phyrexia atualmente é como um corpo sem cabeça, um reino sem rei, e adotou o poderoso golem de prata Karn como seu líder escolhido. Atualmente Karn, em seu estado mental errático e instável, é incapaz de assumir o verdadeiro comando sobre Phyrexia, mas os Apóstolos fazem tudo o que podem para se preparar para o dia em que ele ascenderá ao trono.

Sussurros de uma Mente Despedaçada. Karn se lançou para Mirrodin, o mundo de metal que ele criou como Argentum, ao mesmo tempo em que entregou sua centelha de planinauta pelo bem do plano de Dominária. Preso em Mirrodin com a matriz de personalidade phyrexiana de Xantcha, a mente de Karn se descontrolou e a influência de Phyrexia infeccionou e cresceu dentro dele. Nas profundezas do núcleo de Mirrodin, o traço de óleo brilhante dentro do golem de prata tornou-se a semente para uma civilização phyrexiana renascida, deixando o próprio Karn preso em sua teia cada vez maior. Hoje, os Apóstolos de Karn e outros phyrexianos ajudam a preparar e nutrir o golem com a mente ferida, conectando-o a um trono phyrexiano especialmente construído e colhendo seus delírios sussurrados como escrituras. Às vezes, Karn é um líder phyrexiano completo, proferindo comandos para destruir os últimos vestígios da vida mirraniana; nesses momentos, os Apóstolos registram e evangelizam sua Palavra com fervoroso entusiasmo. Outras vezes, Karn está lúcido o suficiente para lutar contra sua corrupção phyrexiana; é quando os apóstolos agem como carcereiros, impedindo sua fuga e traumatizando-o de volta à submissão.

Embaixadores das Facções Phyrexianas. Os Apóstolos de Karn sabem que quando Karn estiver pronto para liderar Phyrexia, Phyrexia deve estar pronta para sua liderança. Eles lamentam os cismas ideológicos que dividiram Phyrexia e trabalham para enviar embaixadores para negociar a unidade entre as outras facções.

“Quando as verdades finais forem conhecidas, uma grande e terrível paz recairá sobre este mundo. Os sóis acima e as esferas abaixo formarão uma torre brilhante, e o Pai das Máquinas governará de seu pináculo. Louvado seja as declarações ásperas do Pretor, a verdade banhada em óleo da Ortodoxia e o destino inevitável do Pai.”
—Ktat-Raal, Exarca Inquisidor

POSIÇÕES E SERES DA ORTODOXIA DAS MAQUINAS

Em Phyrexia, a posição e a fisionomia estão intrinsecamente ligadas. Se você faz parte de Phyrexia, você foi criado para preencher uma necessidade, e sua forma física foi projetada e equipada para fazer o trabalho para o qual você foi criado. Forma e função são costuradas juntas em um todo perfeito.

Cenobitas: Sacerdotes da Máquina. Phyrexia está repleta de incontáveis ordens de sacerdotes e chanceleres. Cenobitas são os sacerdotes encarregados da inquisição da vida não phyrexiana. Alguns permanecem no Núcleo, decidindo o destino dos capturados, enquanto outros podem ser encontrados nas linhas de frente, suas lâminas serrilhadas prontas para infligir dogmas diretamente nos hereges. Os cenobitas tendem a ser construídos com mais metal do que carne, às vezes trazendo iconografia religiosa gravada diretamente em seu metal de “porcelana” manchado de óleo.

Sacerdote da Sutura | Arte de Igor Kieryluk

Sacerdotes de Sutura: Costuradores da Carne. O sacerdote da sutura é um cenobita especializado cujo trabalho é o ato sagrado de vincular o indivíduo ao coletivo. Isso é realizado em um processo ritualizado, mas ainda bastante literal, envolvendo longas agulhas e fios metálicos pretos. Geralmente membros da seita da Singularidade da Carne, os sacerdotes da sutura às vezes também são chamados para modificar as criaturas phyrexianas alterando seus componentes carnais.

A Fé Profunda: Servidores Invisíveis. Embora muitos phyrexianos sejam construídos para o combate corporal e inquisição, alguns nunca saem do núcleo do plano. Uma subseita de phyrexianos chamada de Fé Profunda trabalha incansavelmente para preservar a infraestrutura da Ortodoxia das Máquinas, carregando prisioneiros para serem completados, trocando membros ou pedaços de carne de um convertido para outro, e cuidando dos tonéis de porcelana. Eles aparecem como criaturas finas e parecidas com aranhas que correm ao longo de qualquer superfície, aparentemente ignorando a gravidade, usando suas pinças e orifícios oculares para realizar seu trabalho braçal.

Chanceler do Anexo | Arte de Min Yum
Anjos Estilhaçados: Serafins phyrexianizados. Os anjos são apenas mais soldados comuns para a máquina phyrexiana, entretanto, para muitos mirranianos, não existe visão mais blasfema do que um anjo phyrexianizado. Vazios e insensíveis, com a apatia de uma boneca quebrada, os chamados serafins nulos não seguem nenhum ideal. Com a consciência e o zelo de guerreiros extirpados, eles se tornam sociopatas alados capazes de atos indescritíveis. Alguns mirranianos consideram especialmente virtuoso matar serafins nulos, libertando os corpos dos anjos de cometerem atrocidades que suas almas nunca teriam permitido.
Arte conceitual de Richard Whitters
Bonecas de porcelana: Recrutas de Baixo Escalão. A Legião de Porcelana está sempre em busca de novos recrutas. Eles preferem prisioneiros de guerra dos Campos de Navalha, como leoninos, loxodontes e humanos aurioques. Mirranianos reconfigurados, às vezes chamados de “bonecas quebradas”, são literalmente destruídos e reconstruídos novamente, feitos para serem servos e soldados leais para a mesma força contra a qual lutaram antes. A Legião de Porcelana cobre grande parte do corpo do novato com metal duro semelhante à porcelana, mas as características faciais geralmente são deixadas relativamente intactas para permitir que os ex-companheiros do novo soldado o reconheçam na batalha. Essas “bonecas” raramente atingem o nível religioso dentro da Máquina Ortodoxa, mas as partes do corpo podem ser amplamente recicladas; partes dos antigos mirranianos chegaram até ao corpo da Pretora Elesh Norn.

“O nascimento é inadequado. A maturidade é inadequada. Mesmo a falsa vida metálica deste mundo é inadequada. A perfeição só é alcançada através das lições do metal. Os meramente nascidos não podem atingir esse estado e, em sua miséria, clamam por nossas melhorias.”
—Xaldror, Curador de Tonéis

Lacaios do Tomo: Servos clericais inconfiáveis. Os baixinhos lacaios do tomo são criaturas construídas para servir como suportes móveis para textos arcanos ou clericais phyrexianos. Eles são singularmente terríveis em seu trabalho, distraídos e hiperativos, possuidores de uma necessidade constante de se contorcer e deslizar. Eles tagarelam irritantemente enquanto os sacerdotes tentam ler os tomos que carregam, muitas vezes confundindo os sermões ou as lições que estão sendo lidas.
Arte conceitual de Richard Whitters
Elesh Norn, Cenobita-Mor. A facção da Ortodoxia das Máquinas é liderada por uma Pretora chamada Elesh Norn. A Pretora da Unidade, preferindo o título de Cenobita-Mor, coordena os esforços de guerra de milhares de phyrexianos abaixo dela. Elesh Norn não pertence a nenhuma seita particular da Ortodoxia, mas é reconhecida como a superintendente ou pelo menos uma figura respeitada sob todas as fés. Conivente e sábia, Elesh Norn mantém uma aparência de graça e respeitabilidade phyrexiana o tempo todo, mas secretamente ela manipula o dogma phyrexiano e as interpretações dos Entalhes do Argento para servir a seus próprios fins.
Anexo de Norn | Arte de James Paick

ANEXOS: PONTOS DE APOIO DA ORTODOXIA

À medida que a ortodoxia de Phyrexia se espalha, ela não apenas transforma os seres vivos em sua natureza. Phyrexia também estabelece Anexos, edifícios convertidos para o propósito da prática religiosa phyrexiana, incorporando espaços de convivência mirranianos e postos avançados na superestrutura phyrexiana. Os Anexos são liderados por chanceleres, sacerdotes phyrexianos sencientes e geralmente humanoides que alcançaram altos cargos na Ortodoxia das Máquinas. Muitas dessas chancelarias capturadas são organizadas com arquitetura radial, com um estrado no meio destinado a elevar a posição do chanceler, ou às vezes um monumento a Karn. Alguns Anexos se escondem no núcleo de Mirrodin, grandes catedrais com arquitetura atormentadora que servem à Fé Profunda.

ENTALHES DO ARGENTO: ESCRITURA PHYREXIANA

Phyrexia não invadiu Mirrodin; a civilização phyrexiana em Mirrodin se desenvolveu a partir da corrupção dentro de Karn, o golem de prata com um coração phyrexiano. Embora Phyrexia possa reter uma vaga “memória” de suas formas em outros mundos, a vida phyrexiana em Mirrodin teve que crescer e adaptar a suas próprias estruturas e instituições. Uma dessas instituições é um apanhado de leis e escrituras religiosas conhecidas como Entalhes do Argento. As gravuras estão inscritas em uma enorme escultura de prata que dizem ter sido moldada na forma de um bizarro órgão cardíaco, talvez baseado no coração phyrexiano de Karn ou em alguma parte da pretora Elesh Norn. A escultura gravada contém máximas e leis que são interpretadas por líderes religiosos e pretores para atender aos seus fins.

Exemplos de máximas dos Entalhes do Argento

A Ortodoxia das Máquinas, especialmente a seita da Singularidade da Carne, vê a pele como uma barreira simbólica que separa os indivíduos uns dos outros. É a barricada que separa os seres e impede a unidade total. Portanto, a pele é tanto uma prisão da qual um potencial novato phyrexiano deve ser libertado, quanto a última linha de defesa que deve ser derrubada antes que os perversos possam ser erradicados e destruídos.
Benção do Apóstolo | Arte de Brad Rigney
Transformação e associação estão intrinsecamente ligadas a Phyrexia, especialmente para a Legião de Porcelana. Antes que um mirraniano “novato” possa ser recebido no grupo, o antigo eu deve ser expurgado, esquecido, destruído. Mesmo phyrexianos nativos às vezes passam por uma transfiguração física radical, sentindo que é uma experiência transcendental que os aproxima de sua comunidade.
A ausência de um líder aflige algumas facções phyrexianas. Os Apóstolos de Karn veem Phyrexia como uma esfera que não pode se tornar totalmente inteira ou estável enquanto existir uma lacuna na liderança. Eles trabalham para instalar Karn como o novo Pai das Máquinas para que Phyrexia possa se completar.

LITERALISMO SIMPLÓRIO

A fé phyrexiana pode ser terrivelmente literal. Muitos sacerdotes phyrexianos de baixo nível, chanceleres e fiéis profundos aderem às regras, máximas e textos phyrexianos ao pé da letra. A distinção entre símbolo e referente é comumente inexistente entre eles, provocando comportamentos que parecem macabros, mas que são motivados por leis religiosas. Se a escritura diz “devemos eliminar o eu para alcançar a unidade”, eles começam a costurar as pessoas. Se um pretor phyrexiano anuncia que é hora de “colher a alma de Mirrodin”, eles dizimam corpos sem considerar as consciências às quais eles podem estar ligados, sem perceber nada além do físico. É um sistema de crenças surpreendentemente autoconsistente — mas, ao mesmo tempo, quando aplicado, torna-se um mandato cruel e genocida.

Nas profundezas da Camada da Fornalha do núcleo phyrexiano, esconde-se um grupo improvável de postos avançados rebeldes: um bolsão de resistência mirraniana. Os combatentes da Resistência mantêm os phyrexianos hostis afastados enquanto invasores da superfície contrabandeiam sobreviventes para os acampamentos. Alguns phyrexianos estranhamente tolerantes fazem vista grossa para esses postos avançados de refugiados, um gesto bem-vindo, mas provavelmente temporário, que permitiu que esses campos existissem até agora.

Os Campos de Navalha caíram rapidamente para os phyrexianos, dispersando os bandos leoninos e isolando o loxodontes. A última grande fortaleza dos Campos de Navalha que ainda não caiu para a integração phyrexiana é a comunidade aurioque de Bladehold. A outrora força civil itinerante conhecida como Concordantes agora serve como exército de Bladehold, lutando contra os ataques phyrexianos da melhor maneira possível.

Sobreviventes Aurioques | Arte de James Ryman
A Passagem do Círculo da Navalha. Os refugiados em Bladehold conhecem um canal eficaz, mas perigoso, para as fortalezas da Resistência na Camada da Fornalha. Usando um feitiço poderoso, a artífice loxodonte Ghalma, a Modeladora, transformou um “círculo de navalha” – uma espécie de círculo de colheita esculpido magicamente em grama cortante – em um túnel que atravessa a crosta de Mirrodin até a Camada da Fornalha. Somente quando o sol branco está alto, essa passagem é ativada, permitindo a viagem até os postos avançados dos refugiados. A entrada está em constante perigo de ser descoberta por Phyrexia, e a passagem precisa de manutenção constante para que gavinhas micossintetizantes não a fechem novamente. Mas para muitos em Bladehold e nos Campos de Navalha, é a única chance de sobrevivência.

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