Mtg Lore

Compêndio da Lore de Magic the Gathering

O SEGREDO DA MONTANHA

Texto original (arquivado)
por Jay Moldenhauer-Salazar

Ryusaki Kumano se arrastava lentamente pelo pequeno planalto rochoso, longe do abrigo interno da montanha. Ele não apreciava a visita à beirada denteada, onde o vento gritava e ameaçava empurrá-lo sobre a passagem abaixo.

Sobrancelhas ásperas e negras se juntavam enquanto Kumano contemplava a extremidade da montanha. Uma milha abaixo ele conseguia ver quatro silhuetas – uma bastante grande, movendo-se lenta e pesadamente pela fria passagem montanhosa. A estrada, arejada por ventos gélidos que atravessavam o granito, conduzia apenas a Kumano. Ele conseguia sentir as runas mágicas que ele tinha fixado se desmanchando, enquanto o grupo se aproximava. Kumano suspirou, soltando uma explosão de névoa no vento. Ele sempre tinha medo destas visitas esporádicas envolvidas em mistério. Nada para se fazer, exceto esperar.

Sua capa de pele se agitou selvagemente quando ele se afastou da beirada. Kumano apertou suavemente suas roupas. O vento passou através do pesado casaco de pele de búfalo, pela apertada jaqueta haori, pelas folgadas e compridas calças suzukake, por sua pele calejada, e aparentemente, por sua espinha.

Neve e gelo se esmigalhavam enquanto Kumano cruzava o planalto com suas pernas magras. Ele parou diante de um altar de madeira crua fixado contra a montanha. O altar consistia de tábuas de madeira organizadas, duas como pernas e uma horizontal para segurar as oferendas. Dois objetos estavam sobre o altar, um bastão de ferro com formato de anel da altura de Kumano e uma casca de concha menor que seu punho. Ambos os objetos estremeciam cada vez que o vento surgia.

Curvando sua cabeça para o altar, Kumano começou os exercícios meditativos que preenchiam a maioria dos seus dias. No princípio ele se concentrou em silêncio, repelindo o vento uivante entorpecente. No silêncio, ele buscou imagens. Kumano pode ver, através dos olhos fechados, chamas e raios dançando até se tornarem um só. Sons se uniram às imagens. Trovão e o rugido de fogo furioso chegaram às orelhas dele. Kumano reduziu sua respiração quando a cena o tomou. Ele deixou ser esbofeteado pelo fogo e pelo raio, montando neles em sua mente como um barco à esmo. Com sua magia, estudada e aperfeiçoada durante uma vida inteira, frio e fome poderiam abater Kumano mas não matá-lo. Ele tinha sobrevivido anos sobre o planalto escarpado com nada além do altar e suas práticas de força de vontade.

Mas as visitas do dia requeriam mais que sobrevivência. Kumano invocou a raiva do fogo e a decisividade do raio para o encher totalmente. Seu corpo magro se inchou com força. Ombros inclinados se endireitaram e alargaram. Sua face magra se tornou enrijecida e forte. Mãos se tornaram punhos poderosos. E ainda, o poder do fogo e do raio fluía, consumindo-o.

Tempo passou – quanto tempo ele não saberia dizer – e Kumano abriu os olhos amarronzados. Ele estava de pé, transformado do eremita vagante no verdadeiro sacerdote guerreiro yamabushi, e inspecionava seus arredores.

Poucos se aventuraram a tais alturas nas Montanhas de Sokenzan, belas pelo temor que elas inspiravam. Toda a esperança de vida havia sido roubada pelo constante vento frio. O que permaneceu foi uma pedra denteada que estava acima dos ângulos violentos e coberta de neve. Sobre ela estava o pináculo branco do Cume de Untaidake, erguendo-se como os ossos polidos de algum gigante morto. A única lembrança para Kumano de que cor existia no mundo estava em cima – a cúpula de céu azul. Mas Kumano raramente olhava para cima. Desde que começou seu isolamento autoimposto, ele tinha achado força na terrível enormidade de Sokenzan. Ele sentia a presença da rocha ao redor dele como um parente, o vento como a voz de um querido amigo. Ele lamentava que estas visitas misteriosas interrompessem a sua exploração desta conexão profunda.

Passos trovejantes, um pesado foom foom, ecoaram na passagem montanhosa. Por precaução, Kumano arrancou o bastão arredondado do topo altar e enrolou a concha em uma corda de couro embaixo da sua capa. Os passos continuaram, lentos e irrompíveis. Foom Foom. Kumano ergueu o bastão, balançando-o experimentalmente pelo vento. Foom Foom. Ele conseguiu ouvir outros barulhos além das pesadas pegadas subindo – uma corrida, um incômodo conjunto de barulhos, como de vários dentes rangendo. Foom Foom. Kumano virou para observar o chão estéril onde a passagem montanhosa sinuosa encontrava seu pequeno planalto. Foom Foom. Logo depois, seus visitantes apareceram na paisagem.

Os primeiros que chegaram caminhavam em três pernas longas, peludas, cujos joelhos estavam a pelo menos seis pés de altura do chão, e das coxas delgadas projetava-se uma cabeça assustadora. As criaturas não tinham nem corpo e nem braços. De alguma maneira, observou Kumano, elas pareciam como enormes aranhas com a metade das pernas arrancadas fora. Elas também se moviam como aranhas feridas, saltando desajeitadamente com seus pés cheios de garras sobre a neve.

Uma coisa-aranha, que estava escalando a parte rochosa do campo estéril, era de um pardo cinza, suas pernas peludas presas à cabeça de um homem cadavericamente velho. A próxima criatura era branca, suas pernas estavam misturadas à neve e levavam a um olho alaranjado sem pálpebras. A última, completamente preta com uma cabeça sem traços característicos na forma de um homem, se esforçava para alcançar suas companheiras. Cada uma das monstruosidades arrastava uma pesada corrente de ferro, puxando o visitante final, com seus passos estrondosos, para cima da passagem.

Kumano respirou fundo. Erguendo-se a vinte pés de altura, um crocodilo com enorme tórax, usando um quimono preto ergueu-se sobre a borda. Suas escamas vermelhas refletiam a luz do dia como rubis e lançavam um brilho lânguido na neve ao seu redor. Oito braços musculosos estiravam-se do seu corpo em todas as direções. Uma das mãos com garras, tão grande quanto o torso de Kumano, segurava o fim das três correntes. Duas outras mãos brandiram um tetsubo preto mais alto que a própria criatura, sua lâmina larga do tamanho de um barco de pesca pequeno. Os braços restantes dançavam complicadamente pelo ar com as garras estalando. Em um grande arco em cima da cabeça do crocodilo flutuava uma série de bocas sem corpo, todas translúcidas e com lábios laranja firmemente cerrados.

Kami, refletiu Kumano tristemente.

“Saudações Kumano, lendário yamabushi das montanhas,” entonou o crocodilo, sua voz era como uma avalanche. “Estou alegre por encontrá-lo vivo, apesar dos rumores. Eu sou Kakkazan, Grande Kami do Fogo da Montanha. Eu trouxe o Kami das Cinzas, o Vento Cauterizante e o Vidro Negro na minha busca por você.

Kumano curvou-se cerimoniosamente mas não disse nada para aparente surpresa de Kakkazan. O kami gigantesco limpou o irritado de sua garganta com um estrondo.

“Me disseram que você guarda o segredo da fúria de O-Kagachi.” O vento rajou ferozmente e por um momento o lado de dentro da montanha parecia gritar. O grande kami parou e Kumano o olhou fixamente, silencioso e atento, apesar de sua apreensão. Outros haviam feito esta reivindicação. Ele sabia o que iria acontecer.

“Também me disseram que um kami menor e um maior vieram até você buscando este segredo que salvará seu mundo de nossa ira.” Uma pausa, e Kumano permaneceu calado. “Por fim, me disseram que nenhum desses kami voltou do topo desta montanha, com ou sem o seu segredo.”

Kumano suspirou, a névoa roubada pelo vento, e ele endireitou seus ombros largos. Entre ele e Kakkazan, os três kami menores mexiam-se estranhamente na ponta de suas correntes. Kumano desejou poder parar o grande kami de falar suas próximas palavras.

“Kumano, Mestre Yamabushi,” Kakkazan estrondou. “Eu exijo o segredo da minha raça que está com você. E exijo que você me diga agora.”

Montanha | Arte de John Avon

Kumano inspirou enquanto o vento uivava pelo planalto. Franzindo a testa, ele falou com uma garganta que não havia sido usada há meses.

“Grande Kami do Fogo da Montanha,” ele disse roucamente, “eu lamento te dizer que lhe deram informação errada. Eu lhe peço que me fale quem lhe deu este má informação.”

Kakkazan rosnou. “Os meios pouco importam, humano. Diga-me o segredo. Agora.”

Kumano limpou sua garganta seca. “Eu lhe falarei alegremente tudo o que eu sei, mas temo que seja de pouca utilidade. Anos atrás, eu viajei para este lugar remoto para meditar sobre as dificuldades de nosso mundo. É verdade que eu tive visitantes durante estes anos, e, sim, estes visitantes eram do mundo dos espíritos, todos exigindo respostas como você exigiu de mim. Todos eles se recusaram a acreditar em minha ignorância, e assim estes encontros lamentavelmente terminaram em morte.” Kakkazan rosnou com isso, mas Kumano continuou.

“Contudo eu tentarei novamente, e eu direi o que eu disse a esses antes de você.” As próximas palavras de Kumano foram faladas lentamente e com o cuidado de serem ouvidas sobre o vento. “Eu não escalei esta montanha com segredos, e nem os achei desde que cheguei. Nós podemos falar do frio e das rochas, pois isto é tudo que eu encontrei nestes últimos anos. Eu até mesmo suspeito que você possa responder algumas perguntas que eu tenho sobre a rocha, que é com quem eu agora sinto alguma familiaridade. Mas eu não tenho nenhum segredo para compartilhar, Kakkazan, somente reclamações de ossos velhos e reflexões cansadas. Eu não posso ajudá-lo.”

“Você quer defender aquele que trouxe a ira de O-Kagachi?” O kami berrou incredulamente. Os três outros kami chiaram e pularam sobre a região do cultivo, saltando em aparente fúria.

Kumano levantou sua mão suplicantemente. “Eu não quero defender ninguém. Eu não tenho nenhum amor por Konda e veria satisfeito seu crime sendo severamente castigado. Ele é um louco faminto por glória. Eu simplesmente te digo que eu não sou a chave para a abolição dele, apesar do que você ouviu. Se você não me falar quem te guiou na direção errada, peço que vá embora e espalhe a notícia de que eu não sei nada de útil.”

Agora foi Kakkazan que permaneceu calado, contudo era um terrível, terrível silêncio. Kumano abafou outro suspiro. Ele tinha dito o mesmo a outro kami, e ele suspeitou que já sabia o resultado. Kumano decidiu tentar seu argumento novamente.

“Se você me falasse -” ele começou, mas o rugido de Kakkazan roubou qualquer outro pensamento.

“Você trouxe a sua morte neste dia! Eu me deliciarei chamuscando sua carne!” Com um estalido de um pulso volumoso, Kakkazan soltou as três correntes de seu controle.

Os três kami moveram-se adiante enquanto as correntes desapareciam em fumaça. O Kami das Cinzas, suas pernas acinzentadas balançando a neve enquanto se movia, fincou um pé com garras ao lado de Kumano e abaixou sua cabeça. A face de um homem ancião, suas sobrancelhas felpudas dobraram-se em raiva, abrindo uma boca desdentada em fúria muda. A boca cresceu ficando impossivelmente grande quando o kami abaixou a cabeça, e em um movimento engoliu Kumano por inteiro.

Escuridão absoluta o cercou. No entanto, em uma batida de coração, o corpo inteiro de Kumano crepitou com um fogo amarelo luminoso. As chamas dançaram pelos seus braços até o bastão anelar, que ele havia girado para cima.

Alguma coisa gritou e a escuridão se desmoronou como uma cabana de papel sendo rasgada ao seu redor. Pedaços de cinza voaram em todas as direções, cobrindo de lixo o campo rochoso.

Kumano continuou o meneio do seu bastão, agora ígneo, para golpear o atacante Kami do Vidro Negro. Um som como o martelo de um ferreiro ecoou abaixo do vale, e a cabeça sem traços cambaleou para trás sob as pretas pernas de aranha.

Um barulho agudo à direita de Kumano sinalizou o ataque do Kami do Vento Cauterizante. O olho laranja ardeu com uma luz cegante que fluiu em um cone de energia. A luz se arrastou sobre ele, queimando suas roupas.

Kumano ergueu uma palma em direção a luz e disse algumas palavras mágicas. Imediatamente, o raio que acertou sua mão foi fraturado em milhares de partes menores. O planalto brilhava com a luz, enquanto a criatura continuava sua investida cega contra o escudo de Kumano.

Outra palavra de Kumano, e ele ergueu seu bastão acima. Embora a arma tenha golpeado somente ar, a rocha congelada sobre o kami estremeceu. Um momento depois a criatura desapareceu sob uma chuva de neve e rochas. A súbita avalanche cobriu quase um terço do planalto e deixou uma única perna branca e peluda exposta.

Uma garra preta o golpeou duramente na bochecha. Kumano rolou com o soco enquanto manchas dançaram na frente dos seus olhos. O Kami do Vidro Negro golpeou novamente e desta vez Kumano se esquivou de um joelho. Outro golpe de martelo ecoou sobre o vale.

Kumano bloqueou golpe após golpe do kami, movendo-se para trás até que suas costas encontraram o lado de dentro da montanha. Outro golpe e Kumano se abaixou, a perna preta fincou-se na pedra estéril. Enquanto o Kami do Vidro Negro lutava para se soltar, o cajado ardente de Kumano partiu a cabeça sem feições da criatura em duas partes.

A medida que cada metade do kami caía, novas pernas serpenteavam igual a brotos de bambu. Kumano franziu o rosto, pois agora ele teria que enfrentar dois Kami do Vidro Negro, menores que o original contudo idênticos.

Chama de Yamabushi | Arte de Christopher Moeller

Kumano girou seu cajado flamejante em uma torrente de golpes. Ele trovejava um grito de batalha enquanto sua arma deixava pernas pretas e cabeças aos pedaços. Cada vez, novas pernas cresciam, novos kami se erguiam, e ele golpeava novamente e novamente. Dez kami se tornaram vinte, e vinte se tornaram quarenta, cada vez menores e menores à medida que Kumano balançava seu cajado como uma foice. Quando apenas fragmentos permaneceram, cobrindo de lixo o planalto e começando a se erguer, Kumano se ajoelhou. Com um grito ele libertou um anel de fogo à frente. O kami preto chiava e queimava enquanto era varrido para fora do planalto, no vento uivante.

Kakkazan permitiu que Kumano saboreasse seu triunfo. Com um rugido poderoso, o Grande Kami golpeou o enorme tetsubo nas costelas de Kumano. O sacerdote guerreiro grunhiu quando voou lateralmente como uma boneca flácida para dentro da montanha. Ossos moeram contra a pedra dura.

Então ele estava caindo em pleno ar, o ataque o havia jogado para fora do planalto. Kumano olhou acima, não vendo nada mais que o céu azul. O vento frio gritava em suas orelhas.

Uma sombra rapidamente impediu a visão de Kumano: quando Kakkazan lançou seus vinte-pés em seu encalço. Kumano sentia somente o vento que chicoteava sua roupa carbonizada e via somente o Grande Kami de Fogo da Montanha, sua forma horrível ardendo e crescendo a cada momento que se passava.

Kumano caiu na terra com um grunhido e uma explosão de neve. Menos que uma batida de coração depois, Kakkazan se chocou sobre ele. O Grande Kami golpeava com garras e golpes extensos de sua lança, partindo neve, gelo, e pedra junto. Kumano disse uma palavra para a pedra atrás dele, e então a montanha o envolveu.

Por um momento houve escuridão, e após uma palavra sussurrada de agradecimento de Kumano, a pedra o cuspiu numa beirada da montanha. Kumano agora estava a cinquenta pés do imenso kami, abaixado.

Kakkazan tinha parado seu ataque para procurar através do sangue e da roupa esfarrapada que havia se misturado aos restos da pedra. Kumano ergueu seu cajado. Em vez de fogo amarelo, crepitou-se um azul ardente.

“Onde está você, guerreiro sacerd-” O kami começou, então gemeu quando um raio o golpeou de cima. Outro raio brilhante o acertou, e outro, cada um pontilhando as escamas-rubi de Kakkazan com um entalhe enegrecido. O kami girou, procurando com seu olhos reptílicos, até que achou Kumano.

Primeiro, o cajado yamabushi foi carregado com eletricidade no céu, e então foi descarregado no kami, na forma de brilhantes fios de relâmpago. Novamente o raio o acertou. E novamente. Kakkazan ergueu vários braços como uma proteção fútil.

Contudo o ataque estava cansando Kumano além da fadiga. Ele poderia sentir o fogo furioso tremendo nele. Raios caiam em intervalos mais esporádicos. Durante o tempo de uma respiração profunda, parou completamente.

“Chega!” Kakkazan trovejou, “CHEGA!”

O rabo largo do kami desceu ao chão, lançando neve ao ar. Imediatamente, as bocas do arco que circundava Kakkazan apertaram seus lábios e então se abriram em um brado estrondoso. Elas gritaram fogo.

Tempestade de Yamabushi | Arte de Wayne England

Rapidamente Kumano fez um escudo de pedra diante dele que foi derretido em um piscar de olhos. Uma torrente de chamas o engolfou. No começo, sua resistência mágica aos elementos o manteve. Ele não conseguia ver nada, além do inferno dançante e sentir a distância do calor. Ele percebeu a casca da concha no seu peito ardendo e mantendo o fogo à distância. Contudo as proteções de Kumano enfraqueceram-se depressa. O calor subiu. O fogo começou a queimar sua pele. A chama continuou, e então Kumano não pode ver e nem ouvir mais nada além da sua própria dor. Sua pele se transformava em bolhas. Kumano Ryusaki ofegou uma oração final à rocha que o tinha abrigado e ao vento que o tinha ajudado nestes últimos anos. Ele se ajoelhou.

Então, como uma vela crepitando, cessou-se o fogo. As orelhas de Kumano assobiaram com o silêncio. Ele piscou através de olhos ensanguentados.

Carbonizadas, rochas enegrecidas estiravam-se vinte pés ao seu redor. Onde outrora havia neve, erguiam-se gavinhas de fumaça que eram roubadas pelo vento.

Kakkazan o fitava com ódio exposto, seu corpo oscilava constantemente. As bocas flutuando ao seu redor, ainda abertas, ofegando névoa. O corpo de crocodilo, uma vez tão sólido e imponente, agora parecia uma miragem. Kakkazan vagava transparentemente, a pedra e a neve atrás dele se tornaram claramente visíveis.

Kumano sorriu com lábios rachados. “Você usou seu poder neste mundo,” ele iniciou, “Eu temo que nós teremos que continuar nossa conversa mais tarde.” Ele tossiu sangue.

“Realmente.” Kakkazan rosnou, sua voz um eco distante, “Não acredite que isto seja um fim, Kumano. Seu segredo…” ele começou, e então desapareceu.

“Diga-lhes,” Kumano resmungou para o céu aberto. “Diga-lhes que eu não sei de nada.”

Ele caiu sobre a pedra fumegante, estremecendo e vomitando. Unhas pretas acariciaram a pedra ferida.

Dois dias depois, quando Kumano conseguiu se levantar, ele reuniu seu cajado chamuscado e a casca de concha cicatrizada. Quase nu e novamente um ermitão, seria uma subida lenta e dolorosa até as Montanhas de Sokenzan.

Kumano olhou acima para sua casa onde passou estes últimos anos e então inspecionou os cumes de Sokenzan. “Kakkazan estava correto,” ele sussurrou dolorosamente. “Nossa batalha foi um começo. Será um longo tempo para descobrir quem está contando aos kami que eu tenho um segredo e porquê. Eu retornarei, nobres montanhas, com respostas e uma cabeça pendurada no meu cinto.” Um passo em falso pela pedra preta e ele estremeceu em agonia.

A única resposta da pedra estéril foi uma selvagem rajada de vento, trazendo frio à sua espinha.

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